Nilze Carvalho lança o álbum "Nos Combates da Vida"

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“Nos Combates da Vida” traz em seu título a força, a resistência e a coragem de Nilze Carvalho - que celebra 45 anos de carreira - sem jamais esmorecer. Tudo começou ainda na infância e, mais do que nunca, é hora de, sim, olhar para frente, buscar novos sons, novas parcerias sem esquecer das raízes.

Falando em raiz, a faixa-título é de D. Ivone Lara, que abriu caminhos ao se posicionar como cantora, compositora e cavaquinista - mulher admirável e grande referência para Nilze que diz “D. Ivone Lara é a minha religião musical e dela sou praticante!”. 

O álbum traz 13 faixas entre regravações e canções inéditas: “Amor Segredo”, com letra do magistral Nei Lopes, “Água de Nascente” (Nilze Carvalho / Silvio Carvalho) e “Nas Minhas Mãos”, parceria de Nilze e Zeca Leal, são algumas delas. 

Há também o som afro-latino-americano malemolente em “Menina Miúda”, de Lili Figueiredo, jovem compositora e instrumentista paulista. No hall das regravações, “É de Manhã” (Caetano Veloso) ganha empolgante leitura. João Bosco faz participação especial cantando e tocando seu inconfundível violão em “Linha de Passe” - uma verdadeira poesia concreta, composta nos anos 70, que esbanja sonoridade. 

Se Nilze vai do samba ao jazz, o choro - especialidade da casa - não é esquecido: em “Arabiando” (Esmeraldino Sales), ela empunha o bandolim e faz as honras colocando à frente seu exímio talento como instrumentista nesta canção de fraseado alegre. 

Há ainda a levada ancestral de “Vida ao Jongo”, composta por Lazir Sinval, legítima representante do tradicional Jongo da Serrinha, grupo responsável por exaltar a cultura dos negros Bantos, de Angola, que chegaram aqui escravizados. Com instrumentos percussivos artesanais feitos de troncos e pele de animal afinados a fogo (como, por exemplo, a puíta, citada na letra da música - que precedeu a conhecida cuíca) o ritmo atravessou o mar, o tempo e aportou na identidade da música brasileira. 

Teresa Cristina participa lembrando tempos idos da Lapa anos 2000 em que, junto com Nilze, rompeu madrugadas, revitalizando toda uma cultura que, até então, vinha sendo negligenciada. “Candeeiro”, de autoria de Teresa, marca o encontro e nos fala sobre a importância desta geração que revitalizou o samba. 

Nilze Carvalho assina o álbum como produtora musical e conta com a co-produção do baixista Zé Luis Maia. Os arranjos também são dela e receberam contribuições primordiais dos músicos que a acompanham há tempos. Diego Zangado (bateria), Hudson Santos (violão), Luiz Augusto Guimarães (percussões) e o próprio Zé Luis formam uma banda-base estrelada: time que constrói junto, chega longe “Nos Combates da Vida”. 

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