O cantor e compositor pernambucano André Rio lança novo EP em comemoração aos seus 30 anos de artista ícone do Carnaval. O álbum Trinta Carnavais traz cinco músicas inéditas e é uma comemoração aos 30 anos do disco Queimando a Massa, lançado em 1993, primeiro disco de frevo do artista. O EP será lançado neste sábado (28), durante os Ensaios do Carnaval, na sede do Galo da Madrugada, a partir das 18h.
O novo lançamento musical traz canções inéditas do cantautor para celebrar junto ao seu público, os anos de sua extrema dedicação ao carnaval e ao Frevo, ritmo pernambucano nascido nas ruas do Bairro de São José, lugar sagrado para os amantes da folia, onde André Rio foi batizado e deu seus primeiros passos como artista, compositor e cantor.
Todas as canções foram compostas recentemente e traduzem o amor incondicional de Rio pelo Frevo e suas categorias: Rua, Bloco e canção. O primeiro single do álbum é um Frevo de Bloco, quase uma marcha, intitulada Trinta Carnavais, uma parceria de André Rio com a compositora Ezter Liu, recifense naturalizada em Carpina, na Mata Norte pernambucana, muito gravada por novos talentos regionais do Estado, que vêm escrevendo uma nova página na música de Pernambuco.
Já o segundo single “Frevo Rasgado”, é um Frevo canção em parceria com Paulo Murilo Filho, dupla que já fez sucesso compondo juntos o “Hino dos quarenta anos do Galo”.
Em homenagem aos grandes blocos de pau e corda, André compôs a música “Frevando os Corações”, que cita O Bonde, Ilusões, Saudade, Pierrô, Cordas e Retalhos, dentre outros, que conta com a participação do Maestro Marco César, no Bandolim e o Coral Edgar Moraes nos vocais. Esta composição é, também, uma homenagem ao seu Pai Alírio Moraes e ao Mestre Getúlio Cavalcanti, que foram fundamentais para tornar o artista em um dos mais respeitados intérpretes de Frevo de Bloco em Pernambuco. André Rio imortalizou o Frevo “Último Regresso (Getúlio Cavalcanti), cantando em uma gravação ao vivo, na abertura do Carnaval de 1995, com a regência do Maestro Duda e acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Recife.
Logo em seguida vem o Frevo “É Festa”. O tema traz muitas misturas de instrumentos percussivos, guitarras, metais, como André Rio bem aprendeu com um dos seus Mestres, o compositor e consagrado produtor Carlos Fernando. “É Frevo” para arrastar a multidão no Carnaval de 2023, e literalmente fazer a festa.
Para finalizar o álbum, André apresenta o frevo chama-se “Etílicos Carnavais”, uma composição em parceria com o poeta Anchieta Dalí, autor de muitas canções, gravadas por muitos cantores nordestinos e é um frevo de bloco que fala da embriaguez que o carnaval causa na alma do folião e recebeu os arranjos do maestro Vertinho Góes.
“Esse disco é em comemoração a uma efeméride: Trinta carnavais que vivi. Três décadas desde que gravei o primeiro Frevo “Queimando a Massa, de Jota Michiles, gravado em um compacto simples, no ano de 1992, e lançado no carnaval de 1993 com muito sucesso”, conta. “Sou muito grato ao grande Jota Michiles, que me deu esta música, para que eu me lançasse no mundo do disco com um Frevo inédito. Este foi o Marco Zero da minha carreira como Cantor de Frevos. Hoje são mais de cem frevos gravados e outra centena compostas, muitos carnavais e turnês, levando o ritmo pernambucano na bagagem”, explica.
Filho e Sobrinho de dois expoentes do ritmo centenário de Pernambuco, Alírio Moraes e José Menezes, André Rio conviveu desde cedo com a Orquestra do seu tio, aprendendo de perto os meandros desta música ligeira, de compasso binário, sincopada e que empolgava a multidão nos clubes, praças e ruas: O Frevo.
A paixão, como descreve o próprio cantor, foi arrebatadora e fora como se o Frevo houvesse escolhido André Rio como um dos seus intérpretes. “Eu quando me vi, estava ali, de mãos dadas com meu tio Menezes, no salão do Clube Português do Recife, no meio de grandes expoentes da música da gente. Era Adelson e Jair na bateria, Ivo na percussão, Mourinha e Édson Rodrigues no sax, inúmeros virtuoses nos naipes de metais, grandes cantoras e intérpretes, Ivanildo Silva, Professor Claudionor Germano, os Maestros e eu, um menino de São José, que estava naquele lugar claramente com uma missão: Aprender, tatuar o Frevo na alma e levá-lo adiante, para outras gerações, e pelo mundo afora. Assim fiz e continuo fazendo. Este legado destes grandes ícones do nosso gênero musical vai comigo por onde eu for, e sigo espalhando suas sementes por aí, plantando e vendo dar frutos. Isto é gratificante “, conclui Rio.
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